Fadiagem (em obras)

Fado, Sexo I Vacalhau - Trabalhadores do Comércio com um tema de Ian Dury

Donnerstag, 9. Juli 2009

Amor, anda

Amor, anda
Desfolhar as árvores
E aplainar ondas.

Amor, anda
Repenicar espinhos
E soprar estrelas.

Anda, Amor,
Não me deixes envelhecer,
Não me deixes morder o pó que levantas
Quando corro atrás de ti.

Olha, Amor
Se vieres irei contigo,
Como outrora,
Pelos becos de Coimbra.
Tomar-te-ei os lábios
De encontro à Casa da Nau.

Anda, Amor,
Por ti serei realista.
Por ti, atirarei fora a bengala,
Endireitarei os costados,
Aplainarei as rugas,
Quer do corpo quer da alma.

Olha, Amor,
Se vieres irei contigo
Acender luares no Mondego,
Tomar-te da Estrela à Foz.

Anda, Amor,
Reaguçar arames farpados
Que se revolteiem no estômago.

Tira-me deste Penedo da Saudade,
Deste fado que não canto.

Vês ao longe aquela estrela?
Nunca soubemos qual era...
E fomos donos do desconhecido.

Amor, se não vieres hoje
Amanhã não estarei por cá,
Mas sim do outro lado,
Dentro da Quinta das Lágrimas...

"Estavas, linda Inês, posta em sossego..."

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